sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O crime da boca das pedras

Aconteceu em Assunção

Em um certo tempo passado

Um crime que ainda hoje

É por muitos lembrado.


Em uma localidade

Por nome Boca das Pedras

Um avô e um neto

Foram as vítimas sem defesa

Deixando no nosso povo

Revolta e muita tristeza.


O neto, uma criança inocente

O avô, um homem de bom coração

Mortos em sua própria casa

Sem dó e sem compaixão.


Dois inocentes

Quanta judiação!

Quem fez tamanha maldade?

Perguntava a população.


Daí vem a surpresa

Foi grande a admiração

Um de seus filhos

O suspeito, dessa terrível ação.


O falatório foi geral

Um crime como aquele

Assunção nunca viu igual.


Daquele dia em diante

O filho, pra onde foi não sei.
Não lembro se foi preso

Isso eu não pesquisei.


Só sei que durante muito tempo

Ouviu-se o boato

De que andava escondido

Por esta região

Assustando quem andava a noite na escuridão.


Me lembro que um dia

Eu e as meninas

Batia um papo lá pracinha

Quando surgiu o boato de que o sujeito vinha.

Correu gente pra todo lado

Teve até inimigo falando com intrigado.


O fato é que não se sabe

Se depois do acontecido

Aquele homem por ali

Tenha andado.

Só se sabe que um dia

Bem longe de Assunção

Ele também foi assassinado.


Dizem que antes de morrer

Foi bastante judiado

E num lugar deserto

Seu corpo foi colocado

E só depois de alguns dias

Em Assunção foi sepultado.


Se foi ele o assassino

Se cometeu o crime sozinho ou não.

Isso é mistério que meche com

Nossa imaginação.


O certo é que esse crime

Foi o mais Bárbaro da região

E só a Deus cabe condenar o culpado.

Ou dá-lhe o seu perdão.


Autora: Sandra Mota





Um comentário:

ASBEA disse...

Assim estamos também conhecendo um pouco de nossas histórias, as histórias de nosso povo. Parabéns! Publique, aqui aquele cordel que fala do defunto que não desmanchou. É uma das curiosidades daqui de Assunção. Um abraço, Carmelita.