Aconteceu em Assunção
Em um certo tempo passado
Um crime que ainda hoje
É por muitos lembrado.
Em uma localidade
Por nome Boca das Pedras
Um avô e um neto
Foram as vítimas sem defesa
Deixando no nosso povo
Revolta e muita tristeza.
O neto, uma criança inocente
O avô, um homem de bom coração
Mortos em sua própria casa
Sem dó e sem compaixão.
Dois inocentes
Quanta judiação!
Quem fez tamanha maldade?
Perguntava a população.
Daí vem a surpresa
Foi grande a admiração
Um de seus filhos
O suspeito, dessa terrível ação.
O falatório foi geral
Um crime como aquele
Assunção nunca viu igual.
Daquele dia em diante
O filho, pra onde foi não sei.
Não lembro se foi preso
Isso eu não pesquisei.
Só sei que durante muito tempo
Ouviu-se o boato
De que andava escondido
Por esta região
Assustando quem andava a noite na escuridão.
Me lembro que um dia
Eu e as meninas
Batia um papo lá pracinha
Quando surgiu o boato de que o sujeito vinha.
Correu gente pra todo lado
Teve até inimigo falando com intrigado.
O fato é que não se sabe
Se depois do acontecido
Aquele homem por ali
Tenha andado.
Só se sabe que um dia
Bem longe de Assunção
Ele também foi assassinado.
Dizem que antes de morrer
Foi bastante judiado
E num lugar deserto
Seu corpo foi colocado
E só depois de alguns dias
Em Assunção foi sepultado.
Se foi ele o assassino
Se cometeu o crime sozinho ou não.
Isso é mistério que meche com
Nossa imaginação.
O certo é que esse crime
Foi o mais Bárbaro da região
E só a Deus cabe condenar o culpado.
Ou dá-lhe o seu perdão.
Autora: Sandra Mota